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no caderno a data 06/04
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somente as atividades, o texto é o suporte para responder as atividades.
A criatura
A tempestade tornava a noite ainda
mais escura e assustadora. Raios riscavam o céu de chumbo e a luz azulada dos
relâmpagos iluminava o vale solitário, penetrando entre as árvores da floresta
espessa. Os trovões retumbavam como súbitos tiros de canhão, interrompendo o
silêncio do cenário [...].
Alimentadas pela chuva insistente,
as águas do rio começavam a subir e a invadir as margens, carregando tudo o que
encontravam no caminho. Barrancos despencavam e árvores eram arrancadas pela força
da correnteza, enquanto o rio se misturava ao resto como se tudo fosse uma
coisa só. Mas algo... ou alguém... ainda resistia.
Agarrado desesperadamente a um
tronco grosso que as águas levavam rio abaixo, um garoto exausto e ferido lutava para se manter consciente e
ter alguma chance de sobreviver. Volta e meia seus braços escorregavam e ele
quase afundava, mas logo ganhava novas forças, erguia a cabeça e tentava
inutilmente dirigir o tronco para uma das margens.
De repente, no período de silêncio
que se seguia a cada trovão, ele começou a ouvir um barulho inquietante1, que
ficava mais e mais próximo. Uma fumaça esquisita se erguia à frente, e ele
então compreendeu: era uma cachoeira! [...]
Num pulo desesperado, agarrou o
ramo de uma árvore que ainda se mantinha de pé perto da margem e soltou o
tronco flutuante, que seguiu seu caminho até a beira do precipício e nele
mergulhou descontrolado.
A tempestade prosseguia e cegava o
garoto, o rio continuava seu curso feroz e a cachoeira rosnava bem perto de
onde ele estava. De repente, percebeu que a distância entre uma das margens e o
galho em que se pendurava talvez pudesse ser vencida com um pulo. Deu um jeito
de se livrar da camisa molhada, que colava em seu corpo e tolhia3 seus
movimentos. Respirou fundo para tomar coragem.
Se errasse o pulo, seria engolido
pela queda-d’água... mas, se acertasse, estaria a salvo. Viu que não tinha
outra saída e resolveu tentar. Tomou impulso e [...] conseguiu alcançar a marem.
[...]
Ficou de pé meio vacilante e
examinou o lugar em torno, tentando decidir para que lado ir. Foi quando ouviu
um rugido horrível, que parecia vir de bem perto. Correu para o lado oposto,
mas não foi longe. Logo se viu encurralado em frente a um penhasco gigantesco,
que barrava sua passagem. O rugido se aproximava cada vez mais.
Estava sem saída. De um lado, o
penhasco intransponível; de outro, uma fera esfomeada que o cercava pronta para
atacar. Então, viu um buraco no paredão de pedra e se meteu dentro dele com
rapidez. A fera o seguiu até a entrada da caverna, mas foi surpreendida. Com
uma pedra grande que achou na porta da gruta, o garoto golpeou a cabeça do
animal com toda a força que pôde e a fera cambaleou até cair, desacordada.
Já fora da caverna, ele examinou o
penhasco que teria que atravessar antes que o bicho voltasse a si. [...]
Foi quando uma águia enorme passou
voando bem baixo e o garoto a agarrou pelos pés, alçando voo com ela. Vendo-se
no ar, olhou para baixo, horrorizado. Se caísse, não ia sobrar pedaço. Segurou
com firmeza as compridas garras do pássaro e atravessou para o outro lado do
penhasco.
O outro lado tinha um cenário muito
diferente. Para começar, era dia, e o sol brilhava num céu sem nuvens sobre uma
pista de corrida cheia de obstáculos, onde se posicionavam motocicletas
devidamente montadas por pilotos de macacão e capacete, em posição de largada.
Apenas em uma das motos não havia ninguém.
A
águia deu um voo rasante sobre a pista, e o garoto se soltou quando ela passava
bem em cima da moto desocupada. Assim que ele caiu montado, foi dado o sinal de
largada.
As motos aceleraram ruidosamente e
partiram em disparada, enfrentando obstáculos como rampas, buracos e lamaçais.
O páreo era duro, mas a motocicleta do garoto era uma das mais velozes. Logo
tomou a dianteira, seguida de perto por uma moto preta reluzente, conduzida por
um piloto de aparência soturna. [...]
Inclinando
o corpo um pouco mais, o garoto conseguiu acelerar sua moto e aumentou a
distância entre ele e o segundo colocado. Mas o piloto misterioso tinha uma
carta na manga: num golpe rápido, fez sua moto chegar por trás e, com um
movimento preciso, deu uma espécie de rasteira na moto do garoto.
A motocicleta derrapou e caiu,
rolando estrondosamente pelo chão da pista e levantando uma nuvem de poeira. O
garoto rolou com ela e ambos se chocaram com violência contra uma montanha de
terra, um dos últimos obstáculos antes da chegada.
A moto negra ganhou a corrida,
sob os aplausos da multidão excitada, e o garoto ficou desmaiado no chão.
Com um sorriso vitorioso, Eugênio
viu aparecer na tela as palavras FIM DE JOGO. Soltou o joystick e limpou na
bermuda o suor da mão. [...]
Laura Bergallo. A
criatura. São Paulo: SM, 2005. p. 37-44.
LEITURA 2 Romance de
aventura
Estudo
do Vocabulário
Estudo do Texto
Questão
01 -
Os textos de aventura costumam ter protagonistas. Personagem principal da
história, quem vivencia muitas aventuras e precisa enfrentar conflitos. Em sua
opinião, quem é o protagonista do texto? Argumente.
Questão
02 –
Assinale quais descrevem os problemas causados pela insistente chuva?
(
) As águas do rio começavam a subir e a invadir as margens.
(
) Como não havia árvores, o terreno desmoronava e aumentava a erosão.
(
) Doenças eram transmitidas para a população daquele local.
(
) Barrancos despencavam e árvores eram arrancadas pela força da correnteza.
Questão
03 -
Os textos podem ser narrados de duas formas diferentes.
“
Num pulo desesperado, agarrou o ramo de uma árvore que ainda se mantinha de pé
perto da margem e soltou o tronco flutuante” ( 3ª pessoa)
“Num
pulo desesperado, agarrei o ramo de uma árvore que ainda se mantinha de pé
perto da margem e soltei o tronco flutuante” (1ª pessoa)
Quando
um texto está narrado em 3ª pessoa, o narrador é conhecido como:
_________________
Agora,
se o texto for narrado em 1ª pessoa, no narrador é conhecido como narrador:
_________________________________
a)
Observe a frase abaixo, retirada do texto:
“
Ficou de pé meio vacilante e examinou o lugar. Foi quando ouviu um rugido
horrível.”
A
frase acima está escrita em narrador:
( ) personagem
( ) observador
Questão 04 - O menino vivencia dois cenários diferentes ao longo de seu jogo. Coloque:
1
- para descrições do primeiro cenário.
2
– para descrições do cenário que chega após voar com uma águia.
( ) Havia muito barulho pela proximidade da
cachoeira.
( ) O rio tinha um curso feroz.
( ) O sol brilhava.
( ) Havia barulho de motores.
( ) A noite ficava ainda mais escura com a
tempestade.
( ) Era um dia sem nuvens no céu.
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