Quarta-feira, 22 de Abril
de 2020
*Marcadores : 6C,
6D
Geografia – 6º ano/ - 04
Ø
Orientações para aula não presencial – 04
-
1ºPasso: Leia o texto abaixo, com muita
atenção, pois o mesmo, será um dos principais recursos para responder as
atividades.
-2ºPasso:
Procure no texto, palavras que você não sabe o significado, produzindo logo em
seguida, um pequeno dicionário com as mesmas (procure os significados das
palavras no dicionário ou pesquise na internet);
-4ºPasso:
Copie em seu caderno e responda as atividades de fixação de conteúdo.
#Observação: Não é necessário
copiar ou imprimir os textos!
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Impactos
sobre as Bacias Hidrográficas de Água Doce
O aumento populacional e a distribuição irregular
entre habitação humana e recursos hídricos cria pressões cada vez maiores para
o armazenamento de água em muitas partes do planeta. A recente crise da água em
São Paulo é um exemplo atual deste desequilíbrio.
Nesse contexto, o gerenciamento dos
reservatórios artificiais, da qualidade de sua água e das bacias hidrográficas
na qual se inserem essas represas é de fundamental importância para o
desenvolvimento sustentado a longo prazo.
Conhecer e entender quais são as principais atividades
humanas de maior impacto sobre as bacias hidrográficas de água doce é de
fundamental importância para a conservação da qualidade e quantidade da água de
represas além de ajudar nas discussões sociais sobre o futuro de nossas bacias.
Entre os principais impactos estão:
*Desflorestamento: a remoção das florestas ao longo dos cursos dos
rios acarreta diversas alterações indesejáveis nos processos ecológicos, tais
como a redução de materiais alóctonos disponíveis para os rios e a perda de sua
capacidade de atuar como um “sistema filtrante” de nutrientes e materiais em
suspensão.
O desaparecimento das florestas naturais priva os
animais selvagens cada vez mais, ao acesso a cursos d’água, alimentos e abrigo.
Assim sendo, perde-se sua função de zona de transição (e absorção) entre o
sistema terrestre e o aquático. O aumento do material particulado nas águas é
outra consequência negativa.
*Mineração: a mineração de ouro pela filtragem dos
sedimentos do fundo dos rios causa um grande impacto negativo. Devido ao fato
de o ouro ser amalgamado com mercúrio, nas proximidades do rio, ocorre a
contaminação dos organismos componentes da cadeia alimentar presente no rio.
A mineração de areia e de bauxita são outras
atividades que interrompem processos ecológicos. A do carvão e do ferro também
causam efeitos diretos e indiretos sobre os ecossistemas de água doce.
*Construção
de ferrovias e estradas de rodagem: estas
obras causam grandes alterações em várzeas, baixadas e pequenos cursos de água.
Os impactos imediatos ocorrem durante e logo após a construção.
O incremento da erosão acarreta uma maior eutrofização
devido às maiores taxas de nutrientes somadas à menor disponibilidade de luz
para algas e para plantas maiores durante os períodos de maior turbidez.
*Introdução
de espécies exóticas: a
introdução de espécies, tanto aquáticas como terrestres, causam alterações na
cadeia alimentar. Por exemplo, a introdução intencional ou acidental de peixes
predatórios frequentemente levam à perda de espécies locais valiosas. No
nordeste do Brasil, a introdução do Eucalyptus acarretou alterações na
composição química dos lagos.
*Irrigação: é a principal causa de salinização extensiva,
principalmente nas regiões semi- áridas. Projetos com irrigação excessiva
normalmente resultam em grandes desastres, tais como o projeto soviético para
algodão, que transformou o mar de Aral em uma sujeira, com barcos de pesca
enferrujados abandonados em uma areia salgada. São enormes os problemas locais
de saúde.
*Construção
de canais e retificação de rios: as
interferências tecnológicas de grande porte comumente correlatas à construção
dessas obras têm consequências negativas sobre a hidrologia regional, sobre a
disponibilidade dos recursos hídricos e sobre sua distribuição biológica.
A perspectiva de que se pode obter proteção contra
cheias pela construção de barragens cada vez mais altas, ironicamente, conduz a
maiores danos por inundações. As águas, em vez de serem armazenadas dentro do
território pelas várzeas, meandros e florestas, fluem livremente para a parte
baixa dos rios.
*Esgoto
e outros dejetos: dejetos
não tratados oriundos de fontes pontuais ou difusas causam diversas alterações
na cadeia alimentar dos rios, baixios e várzeas. Descargas de esgoto urbano,
sem tratamento ou somente com tratamento primário ou secundário (sem remoção de
nutrientes), causam sérios problemas de eutrofização.
Descargas de dejetos agroindustriais, fruto de seu
processamento, fertilizantes, herbicidas, pesticidas e resíduos de agricultura,
deterioram a qualidade da água; Transferências ou retiradas de água, induzindo
a uma menor recarga das águas subterrâneas: a retirada excessiva de água leva
ao esvaziamento dos reservatórios, fato que se relaciona com a piora da
qualidade da água.
Transferências hídricas, especialmente para longas
distâncias, podem ser perigosas devido a consequências inesperadas para a área
e para a fauna aquática. A redução na recarga das águas subterrâneas faz com
que sequem poços e vegetação e ocorram perdas agrícolas.
*Desenvolvimento
urbano: os esgotos das
cidades causam uma poluição “per capita” maior do que aquela produzida em áreas
rurais providas de latrinas ou tanques sépticos. O mesmo se aplica aos detritos
sólidos.
*Agricultura
e agroindústria: uma
estocagem imprópria de fertilizantes, produtos agroquímicos ou esterco são a
principal causa da poluição difusa. Fertilizantes aplicados de maneira excessiva
não são incorporados pelas plantas, sendo lavados pelas chuvas.
A erosão aumenta por práticas agrícolas inadequadas e
acarreta grande assoreamento nos reservatórios. A perda de capacidade de
retenção hídrica do solo também é importante. Também pode ocorrer uma
salinização de terras irrigadas.
#Atualmente as bacias
hidrográficas são utilizadas para diversas demandas e com episódios recentes,
de crise hídrica, o gerenciamento desses reservatórios tornou-se algo essencial
nos dias de hoje.
*Estudo de caso
Rompimento da barragem de Brumadinho
O rompimento da barragem da Vale (mineradora
multinacional brasileira) em Brumadinho, região metropolitana de Belo
Horizonte, em Minas Gerais, no início da tarde do dia 25 de janeiro de 2019, causou uma grande avalanche
de rejeitos de minério de ferro. A Barragem 1 da Mina Córrego
do Feijão desabou, e a lama atingiu a área administrativa
da Vale, bem como a comunidade da Vila Ferteco, deixando um grande rastro de
destruição e dezenas de mortes.
No momento do acidente, as
sirenes de alerta não foram tocadas, o que contribuiu para o grande
número de mortes nessa tragédia, uma vez que as pessoas não foram avisadas para
adotar os procedimentos de segurança. O alarme provavelmente não tocou em razão
da rapidez em que tudo aconteceu.
→ Impactos
ambientais
De acordo com a Vale, a
lama proveniente do rompimento da barragem não era tóxica. Todavia, de qualquer
forma, esse desastre representa problemas graves ao meio ambiente. A grande
quantidade de material liberado passou por uma grande área, desencadeando de
forma imediata a morte de várias pessoas e também de outros animais e plantas.
É importante frisar que a região atingida é uma área com remanescentes da Mata
Atlântica e, portanto, rica em biodiversidade.
De acordo com nota
divulgada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) no dia 01 de
fevereiro de 2019: "A área total ocupada pelos rejeitos, que parte da
Barragem B1 até o encontro com o Rio Paraopeba, foi de 290,14 hectares. Deste
total, a área da vegetação impactada representa
147,38 hectares."
Além disso, a lama, que contém ferro,
sílica e água, atingiu o rio Paraopeba, que
é um dos afluentes do rio São Francisco, afetando de maneira negativa a
qualidade da água no local. Vale salientar que, apesar da lama não
ser considerada tóxicas pela Vale, as Secretarias de Estado de Saúde
(SES-MG), de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), e
de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) comunicaram que a água
presente no rio apresentava riscos à saúde humana e animal após resultados
iniciais de monitoramento. Além da composição da lama, não podemos nos
esquecer de que ela é também responsável por diminuir a quantidade de
oxigênio disponível na água, desencadeando a morte da fauna e flora aquáticas.
No que diz respeito ao rio São Francisco,
a expectativa é de que a lama seja “diluída” antes de chegar ao rio.
O solo da região pode
também ser afetado em virtude da grande quantidade de lama depositada. Um
dos primeiros impactos é a alteração da composição original do solo. Além
disso, a lama, ao secar, geralmente, torna a região bastante compacta,
prejudicando o desenvolvimento de vegetação.
Os impactos
ambientais do rompimento da barragem em Brumadinho
serão provavelmente inferiores aos impactos do rompimento da barragem em
Mariana, que é considerado o maior desastre ambiental do nosso país. A WWF
Brasil emitiu uma nota de pesar em relação ao rompimento da barragem em
Brumadinho. Essa organização frisou que: “Um
desastre dessas proporções pode – e deve – ser evitado por meio de leis
ambientais que garantam a segurança das comunidades e da natureza”.
O
rompimento da barragem da Vale em Brumadinho aconteceu um pouco mais de três
anos após a queda da barragem em Mariana. A tragédia em Mariana, que ocorreu em
novembro de 2015, deixou 19 mortos, os quais incluíam moradores e funcionários
da empresa Samarco, que era também controlada pela Vale. O solo e a água da
região foram contaminados. Um dos maiores afetados foi o Rio Doce, que teve a
fauna e flora aquáticas destruídas.
Atividades de fixação de conteúdo
1.
Existem fatores, que exercem pressões cada vez maiores para o armazenamento de
água em inúmeras partes do mundo. Dentre esses fatores, podemos destacar como
possivelmente sendo os principais:
a)
A diminuição populacional e a distribuição regular entre habitação humana e
recursos hídricos.
b)
O aumento populacional e a distribuição irregular entre habitação humana e
recursos hídricos.
c)
A diminuição industrial e a distribuição irregular entre a habitação humana e
recursos hídricos.
d)
O aumento da cobertura vegetal e a distribuição regular entre habitação humana
e recursos hídricos.
e)
A diminuição dos níveis de chuva e a distribuição regular entre habitação
humana e recursos hídricos.
2.
Com relação aos impactos ambientais, gerados em bacias hidrográficas
pela ação antrópica ( atuação do homem na natureza), assinale ( C ) para as afirmativas corretas ou ( E ) para as erradas:
a( ) O aumento do material particulado nas águas,
é uma das principais consequências
negativas do desflorestamento.
b( ) Um dos principais benefícios da atividade
mineradora, é a contaminação dos organismos componentes da cadeia alimentar
presente no rio.
c( ) A introdução
intencional ou acidental de peixes predatórios frequentemente levam à perda de
espécies locais valiosas.
d( ) A utilização de agroquímicos, muitas
vezes de forma indiscriminada, ocasionam a deterioração da qualidade da água.
e( ) Projetos com irrigação excessiva,
normalmente resultam em grandes benefícios nas áreas em que este recurso é
utilizado.
3.
Responda às seguintes proposições:
a)
Além das dolorosas perdas humanas, ocorridas devido ao rompimento da barragem
de rejeitos minerais em Brumadinho-MG, cite algumas consequências ambientais
também atribuídas àquele desastre.
“
05 linhas”
b)
Como é delimitada, uma bacia hidrográfica de outra?
“03
linhas”
c)
Explique o que é o processo conhecido como, assoreamento de um rio.
“06 linhas”
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