Quarta-feira, 22 de Abril
de 2020
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Geografia – 8º ano/ - 04
Ø
Orientações para aula não presencial – 04
-
1ºPasso: Leia o texto abaixo, com muita
atenção, pois o mesmo, será um dos principais recursos para responder as
atividades.
-2ºPasso:
Procure no texto, palavras que você não sabe o significado, produzindo logo em
seguida, um pequeno dicionário com as mesmas (procure os significados das
palavras no dicionário ou pesquise na internet);
-4ºPasso:
Copie em seu caderno e responda as atividades de fixação de conteúdo.
#Observação: Não é necessário
copiar ou imprimir os textos/imagens!
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Brasil, um país emergente
O Brasil
é um país subdesenvolvido industrializado. Isso significa que o país possui um
sistema político-econômico vinculado ao capitalismo. Esse processo promove a
apresentação, no país, da maioria das empresas da iniciativa privada, que têm
como principal finalidade a busca incessante de lucros. Dessa forma, o conjunto
de atividades econômicas influencia diretamente na configuração da economia
nacional. A sociedade brasileira, como a maioria dos outros
países capitalistas, é dividida em dois grupos distintos. De um lado, a
burguesia, conjunto de pessoas que detêm os meios de produção (indústrias,
empresas, fazendas, bancos etc.) e que acumulam capitais a partir dos lucros
arrecadados em suas propriedades produtivas. Do outro lado fica a classe
trabalhadora ou proletária, pessoas que vendem sua força de trabalho em troca
de salário. O Brasil, apesar de ser um
país industrializado e capitalista, não se apresenta no centro do capitalismo
mundial, pois se enquadra como uma economia dependente e periférica. No
entanto, o país pode ser classificado como semiperiferia. Essas características são provenientes do alto grau de
dependência tecnológica e econômica, fragilidade comercial em relação às
grandes potências, dívida externa, grande quantidade de empresas
multinacionais, restrita elaboração de novas tecnologias e grande reprodução de
técnicas e tecnologias criadas em países centrais e uma enorme disparidade social.
O Brasil apresenta economia dependente, apesar
disso possui um alto índice de industrialização, com economia diversificada.
Isso significa que a produção não se limita à produção agropecuária e à
extração de minérios, existe também um complexo e completo parque industrial
que produz aviões, automóveis, softwares e muito outros equipamentos modernos.
O Brasil não faz parte do grupo de países com
pequenas economias e industrialização modesta, no qual se integram Uganda,
Costa do Marfim, Paquistão, Bangladesh, Etiópia, Niger, Mali, Zaire, Bolívia,
Haiti, entre outros. Já países como Argentina, México, África do Sul, Tigres
asiáticos, Coréia do Sul, Taiwam, Malásia, Hong Kong, Indonésia, Índia e
especialmente a China, são prováveis potências mundiais.
Geopolítica
brasileira – Uma abordagem contemporânea
Na primeira década do século XXI, o Brasil
começou a trilhar uma estratégia de afirmação internacional que retoma
iniciativa proposta e interrompida na década de 60. De maneira ainda
titubeante, o Brasil vem expandindo sua presença em alguns tabuleiros
geopolíticos e vem tentando aumentar sua capacidade de defesa autônoma de suas
reivindicações internacionais. A nova estratégia foi definida pelo Plano
Nacional de Defesa, e pela Estratégia Nacional de Defesa, aprovados pelo
Congresso Nacional, em 2005 e 2008, respectivamente. Nos dois documentos, o
governo brasileiro propõe uma política externa que integre suas ações
diplomáticas, com suas políticas de defesa e de desenvolvimento econômico, e ao
mesmo tempo, introduz um conceito inovador na história democrática do país, o
conceito de “entorno estratégico”, onde o Brasil se propõe irradiar, de forma
preferencial, a sua influência e a sua liderança, incluindo a América do Sul, a
África Subsaariana, a Antártida e a bacia do Atlântico Sul. Um país pode
projetar o seu poder e a sua liderança, fora de suas fronteiras nacionais,
através da coerção, da cooperação, da difusão das suas idéias e valores, e
também, através da sua capacidade de transferir dinamismo econômico para sua
“zona de influência”. Mas em qualquer caso, uma política de projeção de poder
exige objetivos claros e uma coordenação estreita, entre as agencias
responsáveis pela política externa do país, envolvendo a diplomacia, a defesa,
e as políticas econômica e cultural. Sobretudo exige uma sociedade mais
igualitária e mobilizada, e uma “vontade estratégica” consistente e permanente,
ou seja, uma capacidade social e estatal de construir consensos em torno de
objetivos internacionais de longo prazo, junto com a capacidade de planejar e
implementar ações de curto e médio prazo, em conjunto com os atores sociais,
políticos e econômicos relevantes. Ao contrário de tudo isto, desde a II Guerra
Mundial, e mesmo depois do fim da Guerra Fria, até o início do século XXI, a
política externa brasileira oscilou no tempo, mudando seus objetivos imediatos
segundo o governo, apesar de que tenha mantido sempre seu alinhamento – quase
automático – ao lado das “grandes potências ocidentais”. E mesmo hoje, apesar
da posição do governo, existem divisões e resistências profundas, dentro de
suas elites e dentro de suas agências governamentais, que seguem retardando a
consolidação efetiva da nova estratégia brasileira. Como se o sistema político,
a sociedade e a intelectualidade brasileira ainda não estivessem preparados
para assumir os objetivos definidos pelos documentos oficiais. A própria
universidade brasileira só expandiu recentemente sua capacidade de pesquisa e
formação de recursos humanos na área internacional. E algumas universidades do
país não possuem nem centros nem unidades especializadas, como é o caso
surpreendente da UFRJ, a maior universidade federal do país. Além disto, existe
uma carência acentuada de instituições ou think tanks que
cumpram o papel de reunir as informações e as idéias indispensáveis para o
estudo e a escolha de alternativas, e para a orientação inteligente da inserção
internacional do país. De qualquer maneira, se o Brasil conseguir sustentar
suas novas posições, terá que se enfrentar inevitavelmente com uma regra
fundamental do sistema: todo país que se propõe ascender a uma nova posição de
liderança regional ou global em algum momento terá que questionar os “consensos
éticos” e os arranjos geopolíticos e institucionais que foram definidos e impostos
previamente, pelas potências que já são ou foram dominantes, dentro do sistema
mundial. Esta regra não impede o estabelecimento de convergências e alianças
táticas, entre a potência ascendente com uma ou várias das antigas potencias
dominantes, mas exige que a potência ascendente mantenha seu objetivo
permanente de crescer, expandir e galgar posições, dentro do sistema internacional.
Isto não é uma vaidade ideológica, é um imperativo do próprio sistema
interestatal capitalista: neste sistema, “quem não sobe cai” (nota). Mesmo assim, sempre existirá um
imenso espaço de liberdade e de invenção revolucionária para o Brasil:
descobrir como projetar seu poder e sua liderança fora de suas fronteiras sem
seguir o figurino tradicional das grandes potências. Ou seja, sem reivindicar
nenhum tipo de “destino manifesto”, sem utilizar a violência bélica dos
europeus e norte-americanos, e sem se propor conquistar qualquer povo que seja,
para “convertê-lo”, “civilizá-lo”, ou simplesmente comandar o seu destino.
Atividades de fixação de conteúdo
1.
O Brasil, apesar de ser um país industrializado e capitalista, não se
apresenta no centro do capitalismo mundial, pois se enquadra como uma “economia
periférica”. Explique esta afirmativa.
“06
linhas”
2. Assinale ( V ) para as afirmativas verdadeiras
ou ( F ) para as falsas:
a ( ) O
Brasil é atualmente, em termos de desenvolvimento socioeconômico, considerado
um país subdesenvolvido industrializado.
b ( ) Países como o México, a Coréia do Sul e a
Índia, são considerados atualmente,
nações de pequena economia e industrialização modesta.
c ( ) No
conceito de entorno estratégico, o Brasil propõe irradiar, de forma
preferencial, a sua influência e a sua liderança, para áreas como a América do
Norte, a África Subsaariana, a Antártida e a bacia do Atlântico Sul.
d ( ) Um
país pode projetar o seu poder e a sua liderança, fora de suas fronteiras
nacionais, através da coerção, da cooperação, da difusão das suas idéias e
valores, e também, através da sua capacidade de transferir dinamismo econômico
para sua “zona de influência”.
e( ) A política externa brasileira oscilou no
tempo,mudando seus objetivos imediatos segundo o governo, apesar de que tenha
mantido sempre seu alinhamento – quase que automático – ao lado das grandes
potências ocidentais, com a China.
3. Tendo-se por base, uma
“janela de desenvolvimento”, que vislumbra os próximos 30 anos, o que o Brasil
deveria adotar como ações importantes, objetivando deixar o incômodo status
geopolítico, de “periferia mundial”?
“08 linhas”
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