Quarta-feira, 29 de Abril
de 2020
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Geografia – 8º ano/ - 05
Ø
Orientações para aula não presencial – 05
-
1ºPasso: Leia o texto abaixo, com muita
atenção, pois o mesmo, será um dos principais recursos para responder as
atividades.
-2ºPasso:
Procure no texto, palavras que você não sabe o significado, produzindo logo em seguida,
um pequeno dicionário com as mesmas (procure os significados das palavras no
dicionário ou pesquise na internet);
-3ºPasso:
Assista o seguinte vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=bnRrUuYuwz8
-4ºPasso:
Copie em seu caderno e responda as atividades de fixação de conteúdo.
#Observação: Não é necessário
copiar ou imprimir os textos!
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Um triângulo para mudar a geopolítica global
“Como a China, aliou-se à
Rússia e Índia para ocupar papel cada vez mais destacado no mundo e questionar
com força crescente o poder dos EUA”
Xi Jinping, Narendra Modi e Vladimir Putin. Os presidentes da China, Rússia e o primeiro ministro indiano parecem saber que o domínio do Ocidente não será eterno...
A 10ª
Cúpula do BRICS, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul,
aconteceu entre 25 e 27 de julho de 2018, no Centro de Convenções de Johanesburgo,
na África do Sul, com a presença dos cinco chefes de Estado do bloco. Foram
convidados também para a reunião os governantes de nove nações africanas e chefes
de Estado e de governo de países de outras regiões.
A primeira
reunião formal do grupo BRICS aconteceu em 2009, na Cúpula de Ecaterimburgo, na
Rússia. Mas o termo BRIC foi inventado, em 2001, pelo economista Jim O’ Neill,
do banco de investimento Goldman Sachs, com o objetivo de orientar as empresas
e os investidores mundiais como ganhar dinheiro com os grandes países
“emergentes” do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China. O termo fez grande
sucesso, mas no acrônimo original não havia nenhum país da África, o que foi
corrigido incluindo a maior economia do continente que é a África do Sul (South
África). Assim, o termo BRIC ganhou uma letra a mais, se transformando em
BRICS.
O gráfico
acima mostra que havia certa proximidade na participação do PIB de cada país do
BRICS no PIB mundial, na virada do milênio. Em 2001, o PIB da China
representava 7,8% do PIB global, o da Índia representava 4,3%, da Rússia 3,4%,
Brasil 3,1% e África do Sul 0,7%, segundo dados do FMI, de abril de 2018, em
poder de paridade de compra (ppp, na sigla em inglês). Mas as diferenças
aumentaram nos anos seguintes. Em 2018, o PIB da China passou para 18,7% do PIB
mundial, a Índia passou para 7,7%, a Rússia caiu para 3,1%, o Brasil caiu para
2,5% e a África do Sul caiu para 0,6%. O PIB conjunto do BRICS subiu de 19,3%
do PIB global em 2001 para 32,6% em 2018, sendo que o PIB do RIC passou de
15,5% para 29,5%, no mesmo período. Ou seja, enquanto o RIC quase dobrou de
tamanho, a soma de Brasil e África do Sul caiu de 3,8% em 2001, para 3,1% em
2018.
Em termos
de renda per capita (em ppp), a Rússia sempre apresentou os maiores valores, em
segundo lugar vinha o Brasil, depois a África do Sul, seguido da Índia e a
China com a menor renda per capita durante toda a década de 1980. Em 2018, a
Rússia continuava com a maior renda per capita, mas a China assumiu o segundo
lugar, deixando Brasil e África do Sul para o terceiro e quarto lugar. A Índia
está em quinto lugar, mas apresenta o crescimento mais acelerado da renda per
capita em todo o período e pode ultrapassar o Brasil e a África do Sul na década
de 2020.
Portanto,
pelo tamanho do PIB e pelo desempenho econômico dos últimos anos, o Brasil e a
África do Sul são coadjuvantes no BRICS, pois o protagonismo tem sido assumido
pelo RIC (Rússia, Índia e China). Este subgrupo central do BRICS forma o que se
convencionou chamar de “Triângulo estratégico”, que busca unificar a Eurásia em
um grande bloco econômico e político que pode deslocar a hegemonia global do
Ocidente para o Oriente.
O Brasil e
a África do Sul também são coadjuvantes no G20 que inclui o G7 (Estados Unidos,
Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) e mais 12 países ditos
“emergentes”: China, Índia, Rússia, Indonésia, Brasil, México, Turquia, Coréia
do Sul, Arábia Saudita, Austrália, Argentina e África do Sul (além da União
Europeia). Em recente reunião ministerial do G20, em Buenos Aires, Christine
Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, alertou para a
possibilidade de uma redução do crescimento ou recessão global, no máximo em
2020, devido ao crescente protecionismo, com efeitos mais drásticos nos
chamados países frágeis, que inclui Brasil e África do Sul. Na reunião, os
ministros das Finanças do G-20 evitaram palavras mais fortes, mas ficou clara a
tensão entre EUA, China e União Europeia. O secretário do Tesouro
norte-americano, Steven Mnuchin, disse que seu país espera “que a China avance
no sentido de um comércio mais equilibrado”. Realmente o alto endividamento
público e privado e os desequilíbrios comerciais ameaçam a estabilidade
internacional. Neste contexto global, destaca-se o grupo RIC – o triângulo
estratégico – que faz parte do BRICS e do G20. Mas o RIC também é o núcleo
central da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), composta por oito membros
plenos, que são China, Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão,
Uzbequistão, Índia e Paquistão. Do ponto de vista global e de influência na
Eurásia, a OCX é maior e mais dinâmica do que o BRICS. Na 18ª cúpula da OCX,
ocorrida nos dias 9 e 10 de junho de 2018, na cidade de Qingdao, o presidente
Xi Jinping disse: “A cúpula de Qingdao é um novo ponto de partida para nós.
Juntos, vamos içar a vela do Espírito de Xangai, quebrar ondas e iniciar uma
nova viagem para nossa organização”.
No mês de
julho de 2018, a Rússia deu dois passos para aumentar a sua influência
internacional. O primeiro foi a realização da Copa do Mundo de Futebol que foi
bem organizada e atraiu a atenção global para as riquezas das culturas russa e
eslava. O segundo passo foi a realização da Cúpula entre Vladimir Putin e
Donald Trump, em Helsinque, no dia 16 de julho. Enquanto Putin saía do
isolamento ocidental e era reconhecido como estadista pela maior “Potência
Ocidental” e pelo “País líder do mundo livre”, Trump chegou na Finlândia depois
ter feito críticas duras à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e
ter deixado perplexos seus aliados históricos e líderes da Ocidentalização.
Evidentemente,
a Rússia sozinha não tem tanto poder de fogo na economia internacional. Mas
junto com a China, o país mais extenso do mundo se torna uma grande potência e
a China não está mais escondendo o seu jogo (em busca da propalada “dominação
mundial”). Por exemplo, o presidente chinês, antes da reunião do BRICS em Johanesburgo,
realizou um giro pela África para consolidar o papel da China como um dos
aliados econômicos e diplomáticos mais próximos do continente. Depois de uma
breve parada no Golfo Pérsico, o itinerário de Xi Jinping – sua primeira viagem
ao exterior desde o início de seu segundo mandato como líder máximo – abarca o
Senegal, Ruanda, África do Sul e Maurício, abrangendo quase todos os cantos da
África Subsaariana, mostrando que a influência econômica chinesa e as suas
ambições estratégicas estão crescendo a cada ano.
O valor das
transações bilaterais entre China e África somam mais de US$ 250 bilhões, valor
superior a toda a pauta de exportações brasileiras com o mundo. A nova visão
estratégica da China passa pela crescente presença mundial por meio do
investimento em infra-estrutura, compra de empresas e terras nos diversos
países, conquista no acesso às matérias-primas, exportação de capitais e
exportação de mercadorias, com fortalecimento de políticas mercantilistas.
Reportagem
da rede CNN, em 21 de julho de 2018, repercute o pensamento de Michael Collins,
oficial da CIA, que em fala no Fórum de Segurança de Aspen, durante uma sessão
sobre a ascensão da China, disse que o presidente chinês Xi Jinping e seu
regime estão travando uma “guerra fria” contra os EUA e que o objetivo das operações
de influência da China em todo o mundo é substituir os Estados Unidos como a
principal superpotência do mundo.
Estas
afirmações de um diretor da CIA, que, sem dúvida, são reais, são também
preocupantes, pois reforçam a guerra comercial que já avança “de vento em popa”
entre EUA e China e, ao mesmo tempo, caminham no sentido de aumentar as
possibilidades de um conflito bélico entre as duas grandes potências. Desta
forma, não só no BRICS, mas também neste novo cenário geopolítico global, a
China se torna a nação protagonista e a Rússia e a Índia se tornam aliados do
protagonismo triangular do grupo RIC. Consequentemente, Brasil e África do Sul
são apenas coadjuvantes, o que não quer dizer que serão necessariamente
fantoches e que não possam ter papel importante para defender uma ordem global
justa, democrática, pacífica e com prosperidade social e ambiental.
Atividades de fixação de
conteúdo
1. Qual o
objetivo original, do criador do acrônimo BRIC ?
“03 linhas”
2. Sobre os
BRICS e/ou seus integrantes, responda:
a) Em relação
ao gráfico demonstrativo dos PIB’s, referente ao período que vai de 1980 a 2013,
podemos constatar que apenas 40% dos países representados, demonstrou
claramente, uma evolução de valores, em proporção ao PIB mundial. Quais foram
os referidos países?
“02
linhas”
b) Duas
nações, são consideradas coadjuvantes econômicas, no âmbito dos BRICS. Cite-as
e explique o porquê desse “status secundário”.
“05
linhas”
c) Qual a nova
visão estratégica da China?
“05
linhas”
3. Diferencie
o grupo dos BRICS de um típico bloco econômico.
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